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O retrato que rabisquei um dia – a vida de Padre Victor testemunhada por padre Vânis

Arlene Brito

A Matriz Nossa Senhora d’Ajuda estava lotada, como sempre acontece na missa das 10h30min. Os trespontanos que comparecem com frequência em uma das celebrações mais bonitas dos domingos na Terra de Padre Victor tiveram dois motivos a mais para se dirigir ao templo naquela manhã. Era o dia 23 de dezembro e seria dado início à Novena Mensal pela Canonização do Beato. Além do começo de mais um tempo santo, outro padre que se tornou querido ao pastorear na cidade, Vânis Vieira da Cunha, lançaria “O retrato que rabisquei um dia”, livro de sua autoria a respeito da vida de Francisco de Paula Victor.  

Ao lado do pároco Ednaldo Barbosa, padre Vânis adentrou a Igreja, já recebendo sorrisos e olhares de boas-vindas. Hoje, ele atua na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, na vizinha Campos Gerais. No altar d’Ajuda, assumiu a presidência da celebração. Começou lembrando que naquela comunidade iniciou a caminhada na vida sacerdotal e afirmou estar ali naquele momento com grande alegria. E celebrou com o carisma, com a sabedoria, com a inspiração, com a capacidade de um “escolhido”.

Pregando para o povo atento, padre Vânis destacou os profetas e outros colaboradores fundamentais na concretização do projeto de Deus e foi aí que citou também o Anjo Tutelar dos trespontanos. “Venho com profunda gratidão entregar para o Beato Padre Victor uma pequena contribuição para com a causa da sua canonização”, disse e justificou o título da obra, contando que quando criança, por volta dos seis anos de idade, encontrou um pequeno retrato do Padre Victor sob uma mesinha que ficava no quarto dos avós, em Guapé (MG).

“Com o lápis, eu rabisquei aquele retrato e fui repreendido naquele dia. Uma tia me chamou a atenção por eu ter rabiscado o retrato do Santo Padre Victor. Eu até perguntei quem era e a resposta foi curta: um padre Santo da cidade de Três Pontas”.  Recordou ainda que foi justamente nesta cidade que ele conheceu um pouco da vida do especial sacerdote através de livros e das vivências nas paróquias d’Ajuda e da Aparecida – ouvindo, observando, sentindo, anotando manifestações de devotos. Anunciou ter se tornado um deles.


“(…) Guardei no coração aquelas palavras e, daquele dia em diante, mesmo estando o seu retrato rabiscado, eu o tratava com respeito e curiosidade de saber quem realmente ele tinha sido (…)” – (padre Vânis Vieira da Cunha)


Escrever um livro era desejo antigo, projeto iniciado em 2011. “O livro foi escrito com muito carinho, é continuação – não do rabisco, mas da tentativa de poder conhecer a vida do Padre Victor confrontando com a minha e com a vida de todos nós”, disse padre Vânis, antes de se dirigir à imagem e à relíquia do Beato, para postar na mesa ao lado um exemplar de sua obra.

Em seguida, o autor presentou padre Ednaldo, agradecendo o incentivo, a amizade, a presença. Também agraciou o presidente da Associação Padre Victor de Três Pontas, Airton Milton de Andrade, informando que todos os direitos autorais de “O retrato que rabisquei um dia” pertencem à Associação. Ofereceu ainda um exemplar à sobrinha Ana Clara que recebeu o livro em nome de cada um dos devotos daqui e de fora.

“A Associação Padre Victor de Três Pontas quer registrar, publicamente, o seu reconhecimento e sua gratidão ao padre Vânis pela publicação desse novo livro sobre a vida do Beato Francisco de Paula Victor.  O livro apresenta a história do Padre Victor, fazendo, ao longo da narrativa, referências às diversas passagens das Escrituras, o que enriquece, ainda mais, a compreensão dos fatos históricos a partir de uma visão pautada pela fé. Tenha certeza, padre Vânis, de que o seu livro, agora tornado público, vai contribuir significativamente para propagar e eternizar, mais ainda, o conhecimento sobre a vida desse grande sacerdote de nossa Diocese, o Anjo Tutelar de Três Pontas. Receba o reconhecimento e a perene gratidão do povo trespontano, através da Associação Padre Victor”, foram as palavras de afeto intermediadas por Mário Célio Ferreira Pinto.

A celebração terminou sob aplausos e calorosa acolhida aos romeiros do Sul de Minas e de outras regiões brasileiras: Campos Gerais, Guapé, Ribeirão Preto, Araçatuba, Carapicuíba… que rezaram pela canonização reunidos em frente ao túmulo do Beato.

Então, padre Vânis se dirigiu ao Memorial Padre Victor, a poucos metros da majestosa Matriz, para recepcionar os amigos e assinar. Recebeu cada um dos inúmeros devotos leitores e autografou com carinho, paciência, humildade, com peculiar alegria.

Editado na Gráfica Santo Antônio Ltda., “O retrato que rabisquei um dia” está sendo vendido no Memorial Padre Victor, Centro de Três Pontas, a R$ 12.

“Certamente este livro tocará o coração de muitos e servirá de inspiração para tantos”, visualiza o missionário Redentorista, André Luiz Oliveira, na Apresentação.

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