Beatificação de Padre Victor: Semana de emoção ímpar

A semana toda foi de muita emoção para os devotos de Padre Victor e será coroada neste sábado (14) com a Beatificação do Venerável. No decorrer dos dias que antecederam o grande evento, especialmente na quarta-feira (11), aconteceu a vivência de momentos inesquecíveis. No meio da tarde, dezenas de trespontanos se dirigiram à Igreja Matriz Nossa Senhora d’Ajuda para o primeiro dia do Tríduo Preparatório e aguardaram com ansiedade a chegada dos restos mortais do Beato Eleito.

A ossada foi retirada do túmulo que ficava aos fundos do Templo, na noite de domingo (8). Cuidadosamente, foi levada até a Associação Padre Victor e, depois, ao Carmelo São José onde recebeu um tratamento especial. O traslado foi acompanhado de perto pelo Pároco Ednaldo Barbosa e ainda por Padre Mateus Arantes da Silva.

Na quarta, os restos mortais deixaram o Mosteiro sob os cuidados do Postulador da Causa de Beatificação, Paolo Vilotta, que veio de Roma (Itália) e ainda do Notário, Dr. Ronaldo Frigini. Um carro funerário fez a escolta e levou até a Matriz a imagem que passará a identificar Padre Victor oficialmente depois de hoje (14), data da Beatificação do Anjo Tutelar dos trespontanos.

Quando a nova urna adentrou a Igreja, ostentada por padres da mesma Paróquia onde o Sacerdote Victor foi pároco por 53 anos, a reação foi imediata. Alguns choraram, aplaudiram, acenaram; outros fizeram o sinal da cruz e a vontade de tocar a caixa acrílica partiu com unanimidade. A presença do Bispo da Diocese da Campanha, Dom Diamantino Prata de Carvalho, líder religioso bastante querido na Cidade, acentuou a emoção. Os sinos da Matriz d’Ajuda badalaram, festivamente.

Eram quase 19 horas, quando a terceira missa do primeiro dia do Tríduo seria rezada, e uma multidão ainda tentava se aproximar das relíquias, então expostas na entrada do altar. Tocar a urna, rezar, pedir, agradecer, fotografar, filmar. A vigília e a visitação do povo de Padre Victor só foram acalmadas com o início da missa, presidida por Dom Diamantino. O Bispo Coadjutor, Dom Pedro Cunha Cruz, e nove padres daqui e de fora concelebraram.

A noite ainda reservava mais comoção. Em determinado momento, curiosa e admirada, a assembleia presenciou a sessão de reconhecimento dos restos mortais do Venerável Francisco de Paula Victor. A urna foi lacrada com fita e recebeu o carimbo da Diocese. O significado? Padre Victor é propriedade de Deus e do povo. Se futuramente for preciso, a abertura só poderá ser feita mediante presença do bispo diocesano. 

Antes, Padre Mateus fez a leitura da ATA. Integrantes do Tribunal Eclesiástico (os Bispos Dom Diamantino e Dom Pedro; o Delegado Episcopal Padre Ednaldo Barbosa; o Promotor de Justiça Padre Rogério Augusto da Silva; o Postulador da Causa de Beatificação Paolo Vilotta e ainda o Presidente da Associação Padre Victor Airton Barros de Andrade), seguidos de autoridades, dentre elas o Prefeito Paulo Luis Rabello e o Comandante da Polícia Militar de Três Pontas, Tenente Bruno Neves, assinaram o documento que também ficará preservado junto à urna.

Após o ato, Dom Diamantino encerrou a missa e presenteou a comunidade com mais uma hora de visita às relíquias. A Matriz permaneceu cheia.

Oportunidade semelhante, aconteceu em 12 de junho de 1998, quando foi realizada a exumação dos restos mortais do Servo de Deus Padre Victor, com a presença do Postulador da Causa, Frei Paolo Lombardo, OFM, de Roma; da Vice-Postuladora, Irmã Célia B. Cadorin; do Bispo Diocesano da Campanha, Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho; autoridades civis e eclesiásticas; da Associação Padre Victor, de médicos peritos do Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte, de médico perito de Três Pontas. Os restos mortais foram levados para o Carmelo São José para estudo. No dia 28, em momento de extrema emoção, o povo trespontano acompanhou as relíquias de seu “Anjo Tutelar”, Padre Victor, até a Matriz Nossa Senhora d´Ajuda. Os restos mortais do Servo de Deus, depois do Venerável Padre Francisco de Paula Victor ficaram, até agora, em sarcófago, numa capelinha, em uma das laterais da Matriz.

Vencido o tempo, as relíquias foram levadas para o novo espaço dedicado ao Beato Eleito. A Capela fica ao lado direito do altar, esquerdo para a assembleia. Participaram os Bispos e Padres. A comunidade aguardou.

A cortina que preserva a nova Capela será retirada neste sábado (14), após a Beatificação, que começa às 16 horas, no Aeroporto da Cidade.