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“Deixem as bromélias em paz! Elas não são as preferidas do mosquito da Dengue”

Por Sávio Martins

A resistência e a beleza das bromélias chamam a atenção. Botânicos registram a existência de 3,2 mil espécies, com cerca de 43% nativas do Brasil. As cores vivas, os formatos, os diversos tamanhos, o exotismo das variedades são apaixonantes. Tudo isso somado à facilidade de cultivo torna a planta uma das mais desejadas quando o assunto é enfeitar ambientes internos e externos.

Acontece, porém, que há espécies que acumulam água e esta característica natural tem levado a planta à condenação. Na luta contra o Aedes aegypti, transmissor da Dengue, o Ministério da Saúde recomenda que os agentes sanitários e de endemias vistoriem as bromélias como possíveis focos do mosquito. Até aí, tudo bem! Não há mal algum em examinar uma planta!

No entanto, algumas cidades têm optado pelo extermínio, sugerindo e até determinando a quem cultiva arrancar as bromélias de seus jardins. Esta censura é injusta, segundo especialistas renomados, que explicam: mais do que uma água, este meio líquido das bromélias é um ecossistema, é um suco biológico que tem importantes funções, por exemplo, facilitar a decomposição de detritos, transformando resíduos em adubo orgânico, excelente para a planta.

“Bromélias não são focos perigosos para desenvolver vetores da Dengue”

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), ambos unidades da Fiocruz, e do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro concluíram que bromélias não são, como se imaginava, micro habitats importantes para o desenvolvimento de mosquitos das espécies “Aedes aegypti e Aedes albopictus”, dois dos principais vetores da Dengue no Brasil. Para o estudo, foram capturados, durante quase um ano, aproximadamente 3 mil espécimes de mosquitos encontrados em 120 bromélias pertencentes a dez diferentes espécies da planta no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O espaço fica a menos de 200 metros de moradias do bairro da Gávea, área endêmica da doença no estado do Rio de Janeiro.

“Os resultados da coleta demonstraram que as espécies nativas de mosquitos Culex e Wyeomuia são os culicídeos mais abundantes e o ‘Ae. aegypti e Ae. albopictus’ são raramente encontrados nessas plantas, que não devem assim ser consideradas um problema para o controle da Dengue”.


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Orientador do estudo, o entomólogo do Instituto Oswaldo Cruz, Ricardo Lourenço, assegura: “a bromélia, coitada, é uma injustiçada, deixem as plantas em paz”. Ainda de acordo com o especialista em Insetos, “os esforços devem ser voltados para os focos principais, como caixas d’águas destampadas ou mal tampadas, tonéis, piscinas e outros depósitos com água parada”.

Há outros especialistas que concordam com o pesquisador no sentido de que destruir as bromélias não é uma prática eficaz contra a Dengue, “já que desfoca a ação de controle que deveria se concentrar nos focos comprovadamente geradores de mosquitos”, dentre eles, o lixo urbano.


Saiba MAIS sobre a pesquisa


(Fontes complementares):

  • uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2016/03/03/na-briga-contra-o-aedes-botanicos-alertam-deixem-as-bromelias-em-paz.htm?cmpid=copiaecola
  • https://revistagloborural.globo.com/Cidades-Verdes/noticia/2015/09/bromelias-sao-imunes-ao-mosquito-da-dengue.html

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