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Hospital de Três Pontas (I): Provedor confirma débito na ordem dos R$ 19 milhões, déficit mensal de cerca de R$ 400 mil e implora ajuda aos municípios atendidos pela Santa Casa

Arlene Brito

Uma comissão de prefeitos de cidades da região deve ser formada com o objetivo de se encontrar com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT) e implorar ao Governo do Estado repasses financeiros urgentes à Santa Casa de Três Pontas.

Esta foi uma das ideias lançadas em reunião realizada na noite desta quinta-feira (1º), na Câmara Municipal com a presença de representantes do Executivo e do Legislativo de Três Pontas, Santana da Vargem, Coqueiral, Boa Esperança e Ilicínea. Outros municípios atendidos pelo Hospital trespontano, dentre eles, Campos Gerais e Guapé foram convidados, mas não compareceram. O Ministério Público, por intermédio do promotor de Justiça e Defesa da Saúde da Comarca de Três Pontas, Dr. Artur Forster Giovannini esteve presente, numa demonstração de apoio à irmandade, diretores e funcionários da instituição filantrópica que corre riscos iminentes de fechamento.

Na oportunidade, o provedor Michel Renan Simão Castro apresentou os números. A dívida acumulada da Santa Casa se aproxima dos R$ 19 milhões. Além desse montante, por mês as despesas superam a arrecadação em cerca de R$ 400 mil, fazendo crescer o endividamento. Uma das principais causas do descontrole financeiro, mostrou o provedor, é o atraso nos repasses vindos do Governo de Minas. Hoje, o Estado deve à Santa Casa aproximadamente R$ 1,5 milhão.

“Precisamos de uma resposta urgente do nosso governador, do secretário de Estado de Saúde, dos deputados, caso contrário a Santa Casa vai a óbito e se eles não responderem, demonstrarão descaso com a população”, insistiu Michel Renan, com suporte de membros fiscais da entidade.

Durante toda a reunião, o provedor apelou aos 27 municípios atendidos em Três Pontas pela Programação Pactuada e Integrada (PPI) que usem suas forças políticas no sentido de cobrar os repasses em atraso e ainda mais ajuda em âmbitos Estadual e Federal. Além disso, persistiu para que os prefeitos revejam o auxílio dado ao Hospital. Michel Renan explicou que 70% das internações são pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Não bastasse a demora no pagamento, em média 90 dias, o SUS cobre uma pequena parte das despesas, ficando todo o restante para a Santa Casa. Somente na microrregião, composta por Três Pontas, Santana da Vargem, Coqueiral, Boa Esperança, Ilicínea, Guapé são mais de 130 mil habitantes dependentes do Hospital São Francisco de Assis. “A situação é assombrosa, mas reversível e todos os municípios são corresponsáveis”, registrou.

Atualmente, a Prefeitura local repassa mais de R$ 200 mil por mês. Do total, R$ 120 mil são subvenção, R$ 104 mil da gestão compartilhada e tem aplicado cerca de R$ 70 mil também em atendimento à saúde. Foi o que expôs o prefeito Luiz Roberto Laurindo Dias. Em sua primeira fala, o médico afirmou que todos – se referindo à irmandade, diretoria, funcionários, Ministério Público, Legislativo, Executivo – trabalham para ajudar e cobrou sensibilização das demais cidades.

A ideia de formar a comissão de prefeitos partiu do prefeito de Ilicínea, Edvaldo Belinelli. Ele anunciou que o município que está sob a sua gestão tem R$ 1,95 milhão para receber do Estado. “Não sei de que forma, não sei quanto… temos que analisar para poder contribuir com o Hospital de Três Pontas, mas Ilicínea está de portas abertas para discutir o assunto”, se prontificou.

Belinelli anunciou que estaria em Belo Horizonte nesta sexta-feira (2) e se colocou à disposição para agendar reunião com o deputado Odair Cunha, secretário de Estado de Governo de Minas – filho da região, nascido em Boa Esperança. “O momento é de nos unirmos e irmos atrás porque não tem jeito de esperar mais”, registrou e recebeu agradecimentos do público presente, manifestados em aplausos.

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