Sul-mineira decide explorar o mundo debaixo d’água: ‘Dormi jornalista e acordei mergulhadora’
Por G1 Sul de Minas (04/07/2017)
Uma jornalista de Três Pontas (MG) decidiu dar uma guinada na vida. Ela abandonou redações e escritórios para explorar os mares. A ideia inicial de viajar para outros países com o intuito de aprimorar o inglês abriu novos caminhos, até que Thaís Mendonça decidiu entrar no mar e conhecer o mundo dos mergulhos. A busca por voluntariados ligados a projetos de natureza levou a sul-mineira primeiro a explorar Fernando de Noronha e agora Curaçao, no Caribe.
“Costumo dizer que não sei precisar quando dormi jornalista e acordei mergulhadora. As coisas aconteceram muito rápido e, se há dois anos me perguntassem sobre a minha vontade de mergulhar, eu diria que nunca tive. Tanto que quando estive em Koh Tao, na Tailândia, um dos paraísos do mergulho, não fui atrás de nenhuma operadora para fazer o batismo (primeiro mergulho) ou o curso”, conta Thaís.
Quando voltou da viagem à Tailândia, a mineira resolveu fazer trabalhos voluntários pela África do Sul, Ásia e Europa. Na África, chegou a participar de iniciativas com crianças carentes. Ao voltar para o Brasil, Thaís começou a pesquisar projetos ligados à natureza. Mas foi ao passar um período no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, que ela começou a ter contato com o novo mundo que se abria.
“Em Noronha, surgiu a oportunidade de mergulhar e de fazer os cursos. Lembro até hoje do meu batismo e de como foi diferente esse primeiro contato com o mundo submerso”, conta a jornalista.
(Veja um pouco mais do trabalho de Thaís Mendonça no vídeo abaixo)
Adaptada ao mergulho e sem deixar a comunicação de lado, Thaís se dedica hoje à produção de imagens de outras pessoas que também desejam explorar os mares e conhecer suas riquezas através de mergulhos.
“A rotina, embora pareça leve pela calmaria e silêncio em estar debaixo d’água e em lugares, na maioria das vezes, paradisíacos, é um tanto complexa fisicamente. Todos os dias preciso levantar muito cedo para preparar equipamentos de mergulho e câmera que precisam estar em perfeito estado para a operação”, conta Thaís.
Sensação debaixo d´água e receio de tubarões
Para Thaís, a sensação de estar debaixo d’água num primeiro momento foi de estranheza, para depois se transformar em encanto.
“O mais impactante em estar debaixo d’água, para mim, é o silêncio. A atenção que colocamos em nós mesmos e ao redor é instantânea, como uma meditação. Submersos só escutamos o som da respiração, às vezes, se tivermos sorte, o som característico e inconfundível dos golfinhos. Tudo é muito novo e a sensação é de estranheza com os equipamentos e sua própria respiração, mas também de encanto pela descoberta das novas e infinitas cores e dos seres que vivem por ali”, conta a jornalista.
Ao trabalhar com turistas, Thaís conta que a curiosidade deles é tão grande quanto o receio de encontrar o perigo.
“A filmagem de mergulho não envolve o auxílio direto ao turista, que fica por conta do instrutor de mergulho, mas claro que cinegrafistas e fotógrafos sub estão aptos a ajudar caso seja necessário. A curiosidade dos visitantes acontece muito no primeiro mergulho. Querem saber o que podem encontrar e o maior receio é sempre se deparar com tubarões, o que particularmente gosto bastante”, conta a jornalista.
Após explorar Fernando de Noronha, a sul-mineira agora já fez as malas e partiu para o Caribe, em busca de novas oportunidades relacionadas ao mergulho.
“Outras possibilidades se abriram e agora vou conhecer novos pontos de mergulho no Caribe. Primeiramente Curaçao e depois vou avaliar novas oportunidades que estejam ligadas à comunicação. Tenho me interessado cada vez mais por formas de documentar a natureza”, completa Thaís.
(Matéria reproduzida do portal G1 Sul de Minas)