Alerta! Fontes de captação e reservatórios de água tratada de Três Pontas estão com níveis “muito baixos”

Cada vez mais raso (Sete Cachoeiras)

Três Pontas está em estado de alerta. Mas as reclamações postadas nas redes sociais durante os últimos dias mostram que centenas de moradores desconsideram a possibilidade de ficar sem água e desperdiçam lavando calçadas, quintais, garagem com mangueiras ligadas, enchendo e esvaziando piscinas como se tudo estivesse na mais perfeita normalidade. Não está.

Se a população não economizar, com certeza vai faltar (Foto: captação Quatis)

Na segunda-feira (19), integrantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e o Técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Marco Antônio, estiveram nas captações do Custodinho, Quatis e Sete Cachoeiras. A equipe verificou que o abastecimento de água na Cidade corre sério risco. Eles confirmaram que também o nível dos reservatórios está muito baixo, inclusive do Sete Cachoeiras considerado o principal fornecedor.

De acordo com a Diretora do Saae, Marisa Cainelli Basílio de Brito, nos reservatórios situados nas estações de tratamento de água ETA 1 e ETA 2 – responsáveis pela distribuição da água na Cidade – a água tratada que entra praticamente sai não havendo tempo de armazenamento. A economia de água por parte da população é importante para que os reservatórios se mantenham em níveis satisfatórios de segurança. “Não podemos nos esquecer ainda que podem haver reparos nas adutoras ou redes, necessitando de interrupções no abastecimento e, sem reservação, o desabastecimento se torna inevitável”, complementa Marisa.

O Saae iniciou nesta quarta-feira (21) propaganda volante pedindo a colaboração da população. Isto porque, justifica a Diretora, a situação pode piorar se não houver colaboração da comunidade e a Autarquia, através da Prefeitura, poderá aplicar multas e utilizar o racionamento.

Ainda segundo a Diretora, o Saae está atento à situação de alerta. Marisa Cainelli comenta que não faltam esforços em operar o sistema com total empenho e, inclusive, ultrapassando os horários normais de funcionamento para que não falte água para a comunidade. Outra medida em andamento  é a limpeza dos córregos. A desobstrução das passagens de água também é fundamental na tentativa de manter o abastecimento.

“Então pedimos mesmo a colaboração de toda população na economia da água para que juntos possamos atravessar este período de estiagem sem grandes transtornos”, reforça.

Os cidadãos mais conscientes e atentos aos avisos da natureza já utilizam a água tratada com responsabilidade e essa maneira de agir foi intensificada com um decreto municipal de 2014. O documento previa multa para consumo acima de determinado limite. São incontáveis as donas de casas que tornaram hábito reaproveitar a água usada na lavagem de roupas para limpar o quintal. Na mesma proporção, muitos rapazes trocaram as mangueiras pelos baldes na hora de deixar o carro brilhando. E as medidas preventivas e de economia vão além. Há quem passou a reservar água do banho para, por exemplo, descargas, e até mesmo ampliou o intervalo entre as faxinas domésticas.

Por outro lado, existem trespontanos que não estão nem aí. Um internauta que acompanha o Sintonizeaqui relatou que um vizinho solta água da piscina na rua de 15 em 15 dias. Comete então, dois crimes, um contra o meio ambiente e o outro contra a população. “Estão gastando água sem limites. Imagino que em outros bairros a situação seja a mesma. Não é porque havia parado a publicidade pedindo para economizar água que as pessoas poderiam desperdiçar esse líquido tão precioso. No meu bairro mesmo, desde a semana passada, só tem chegado água suja e barrenta nas torneiras. Sinal de que os mananciais de Três Pontas já devem estar com nível baixo devido à estiagem dos últimos dias”, manifestou.

E ele tem razão como confirmaram a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e o Saae. O período de estiagem e o aumento do consumo por causa do calor são fatores que provocam a queda nos reservatórios. No entanto, o desperdício intensifica a situação de risco do desabastecimento.

(Fotos das captações Sete Cachoeiras, Quatis/Formiga: Secretaria Municipal de Meio Ambiente)