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Alunos da Escola Cônego José Maria desenvolvem projeto para ajudar Santa Casa de Três Pontas

Arlene Brito/Jessica Mesquita Silva

“É muito importante porque é uma dívida de quase 20 milhões de reais” (Tobias Oliveira de Brito)

“É muito importante porque é uma dívida de quase 20 milhões de reais. Todo mundo quer trabalhar tanto, ajudar que nem sobra”. A conversa, que parece coisa de adulto, vem de um menino de apenas sete anos e se refere a uma das questões mais delicadas vividas pela cidade de Três Pontas atualmente: a crise econômica do Hospital São Francisco de Assis. Para evitar que a instituição feche as portas, diretores recorrem à ajuda da comunidade. Tobias Oliveira de Brito está entre os colaboradores e quando ele fala sobre desejo de produção e colaboração, menciona o envolvimento de toda a Escola Estadual “Cônego José Maria” em um projeto elaborado justamente em prol da Santa Casa.

“O mais legal é colorir e ajudar o Hospital. Gosto de colorir as letrinhas da palavra generosidade”, continua o aluno do Ensino Fundamental I. Generosidade. Foi exatamente essa virtude que despertou em Roberta de Sousa Lima a ideia. “Começamos uma sequência didática com o livro ‘A Árvore Generosa’, trabalhando a importância de ajudar o próximo sem precisar nada em troca. Questionamos, argumentamos e levantamos a hipótese de auxiliar o nosso Hospital”, conta a professora. A classe foi às nuvens diante da possibilidade de praticar o ato de humanidade. Então, nasceu o projeto batizado de  “Convivendo com a Generosidade”.

Turma empreendedora com a “Tia” Roberta

A professora explica que os alunos investigaram o valor da dívida da Santa Casa, quantos funcionários tem a instituição, quanto tempo os salários deles estão atrasados, o que está em falta por lá, enfim, mergulharam no assunto. Daí, foi criada uma empresa fictícia, a “Unidos pela Generosidade” e um produto com a finalidade de ser comercializado na comunidade escolar. O dinheiro das vendas, planejaram, seria todinho para o Hospital de Três Pontas.

Mãos à obra, a turma iniciou a produção de Marca-Páginas. Também elaborou o “plano de marketing” e espalhou cartazes sensibilizando sobre a importância do Hospital e divulgando o valor da dívida anunciado pela Provedoria. Foram a campo. Visitando sala por sala, explicando a necessidade e oferecendo os marcadores, em poucos dias, atingiram a meta: eles já possuem R$ 200 para doar à entidade filantrópica. Mas, empreendedores que são, querem mais e continuam produzindo até somar R$ 300. Detalhe: cada trabalho, desenvolvido em equipe para “acontecer e ficar bonito”, como diz a professora Roberta, custa apenas R$ 0,50. Portanto, a classe produzirá 600 Marca-Páginas.

“Eles produzem, comercializam. Temos na equipe vendedores, temos caixa, enfim, trabalhamos empreendedorismo, sistema monetário”, completa Roberta Sousa.

A professora se entusiasma ainda ao sentir que as famílias compram “a ideia”, mas revela um, digamos, “agradável probleminha”. A demanda é grande e eles têm determinado tempo antes do início das aulas para produzirem os marcadores. “Minha mãe quer ajudar muito. Ela sempre fala pra comprar mais um, mas sempre esqueço de pegar”. É… os lotes acabam rapidinho, não é mesmo Tobias?

Feliz aderência

Professora Roberta, diretora Daniela e a supervisora pedagógica Neide Doroteia Cougo Bernardo

O projeto nasceu para o turno da tarde e já se espalhou. Segundo Roberta Sousa, professoras do matutino se disponibilizaram a comercializar os Marca-Páginas. Tudo em comum acordo com a diretoria, que tem à frente Daniela Martins Oliveira Castro. “Quando a Roberta comentou, achei interessante, mas não imaginei que a sensibilização, a aceitação dos alunos, dos pais, professores, da comunidade fosse se tornar assim tão grande”.

Observar como os alunos chegam nas salas, sozinhos, e explicam sobre o projeto é mais um detalhe que enche a diretora de orgulho. “É bonito ver o jeitinho deles tratarem essa questão tão grave que está acontecendo no nosso município. Melhor ainda é sentir que  estão fazendo de coração aberto”, registra a diretora Daniela.

E ela tem razão. “Através do projeto, conseguimos passar tantos conceitos relevantes às crianças. E a intenção delas é tão pura que o pouco que fazem parece grande. Grande ao ponto de muitos acharem que o Hospital vai ficar rico com os R$ 300 que eles arrecadam, fruto de muito empenho”.

É de fato uma enorme colaboração. Rica, no entanto, está ficando essa garotada. Rica em conhecimento, rica em inclusão social, rica em  participação, rica em ensinamentos de vida! O Hospital… aproximadamente 58 mil trespontanos… cerca de 130 mil habitantes da microrregião – para quem a Santa Casa pretende manter portas abertas – juntos agradecem tamanha GENEROSIDADE.

 

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