Carmelo São José reza pela sua fundadora
Às 19 horas de hoje, segunda-feira (10), o Padre Daniel Meneses Fernandes, de Carmo da Cachoeira (MG), estará presidindo as celebrações do 6º dia da Novena pela Beatificação da Serva de Deus Madre Tereza Margarida do Coração de Maria, a “Nossa Mãe”. As orações têm como referência também o 9º Aniversário de Morte da Fundadora do Carmelo São José de Três Pontas.
Desde o início das comemorações, dia 5, vários líderes religiosos já se deslocaram até a Cidade para, juntamente com os trespontanos, rezar e pedir a Deus que a Igreja reconheça as virtudes de “Nossa Mãe”, a Madre que viveu verdadeiramente a devoção a Deus e que se desdobrou pelo bem – não só da sua comunidade, mas de todo o mundo, através de suas orações, gestos concretos e palavras.
As celebrações são realizadas sempre às 7 horas e às 19 horas – no Carmelo e se estendem até sexta-feira (14), dia do falecimento da candidata à honra dos Altares.
Novena pela Beatificação da Serva de Deus Madre Tereza Margarida – “Nossa Mãe”
Programação
Todos os dias, às 7 e às 19 horas, no Carmelo de Três Pontas
Segunda-feira (10) – 6º Dia
Virtudes mestras no caminho da santidade
Padre Daniel Meneses Fernandes (Carmo da Cachoeira – MG)
Coral: Sagrado Coração
Terça-feira (11) – 7º Dia
Ser uma oração viva
Padre Dehon Vicente Ferreira (Cruzília – MG)
Coral: Irmãs Carmelitas
Quarta-feira (12) – 8º Dia
Viver segundo o Evangelho
Padre Cássio Barbosa de Castro (Bicas – MG)
Coral: Resgate
Quinta-feira (13) – 9° Dia
“Que minha vida seja a minha missa”
Frei Geraldo Afonso, Carmelita Descalço (Belo Horizonte – MG)
Coral: Irmãs Carmelitas
Sexta-feira (14)
Comemoração do 9º Aniversário de Morte da Serva de Deus Madre Tereza Margarida do Coração de Maria – Nossa Mãe.
Paróquias
- Nossa Senhora D’Ajuda (Padre Ednaldo Barbosa, Padre Mateus Arantes da Silva, Padre José Procópio Junior)
- Nossa Senhora Aparecida (Padre Vânis Vieira da Cunha)
- Cristo Redentor (Padre Rogério Augusto da Silva)
Coral: Resgate
Quem é “Nossa Mãe?
(Texto e fotos: Carmelo São José de Três Pontas)
Maria Luíza nasceu em 24 de dezembro de 1915 na cidade de Borda da Mata, no estado de Minas Gerais, no Brasil, a quinta filha de Francisco Marques da Costa Júnior e Mariana Resende Costa. Foi batizada na Igreja de Nossa Senhora do Carmo em 10 de fevereiro de 1916.
Os pais desejavam que os filhos pudessem estudar. Impôs-se a urgência de procurar uma residência em cidade maior. Assim a família transferiu-se para a cidade de Cruzeiro no Estado de São Paulo, com escolas maiores e com mais recursos.
Durante um retiro espiritual, realizado no Colégio, sentiu um primeiro toque do Senhor no seu coração para a vida de clausura do Carmelo. Depois em uma visita a Aparecida, estando na Capela do Santíssimo da Basílica velha, sentiu novamente no seu coração o chamado do Senhor. Lendo as Memórias da Beata Elisabeth da Trindade veio a confirmação.
Vence a resistência paterna e aos 29 de maio de 1937, como postulante, entra no Carmelo de Mogi das Cruzes. Em 20 de junho, apenas vinte dias após a entrada no Carmelo, é atingida por uma grande dor por causa da morte de seu pai. Foi um período de grande sofrimento para Maria Luíza, por não poder ficar perto de sua mãe e seus irmãos.
Seu irmão João logo manifestou vocação ao sacerdócio e entrou nos Salesianos. Foi ordenado Sacerdote em 1935 e em 1967 foi eleito Arcebispo de Belo Horizonte, capital do Estado de Minas.
Ao receber o hábito de Noviça recebeu o nome de Tereza Margarida Coração de Maria. Sua constante oração: “Mãe, que o vosso Coração, seja o lugar da união, de Jesus com Tereza Margarida”.
O período de noviciado transcorreu sereno. Irmã Tereza Margarida era desejosa de prosseguir o caminho. Assumia tudo o que lhe era pedido dentro do processo de preparação para a vida carmelitana. Aos 02 de fevereiro de 1942 emitiu os votos solenes.
A vida no Carmelo Mogi das Cruzes era caracterizada de grande rigor, penitência, silêncio e trabalho A casa era improvisada, adaptou-se para isso uma antiga Igreja do lugar, porém as celas das Irmãs ficaram mal instaladas, de sorte que não recebiam muita luz solar, estando sempre a casa úmida. De modo que prejudicava a saúde das Irmãs.
Em 1952, pela intervenção do Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, a comunidade transferiu-se para o novo Carmelo especialmente construído em Aparecida, Carmelo Santa Teresinha. Depois de algum tempo, diversos Bispos pediram ao Carmelo de Aparecida a fundação de um novo Carmelo em suas Dioceses. Entre estes estava o pedido insistente do Monsenhor João Rabelo de Mesquita, Vigário Geral da Diocese de Campanha. Irmã Tereza é indicada e proposta para tal missão. O Bispo de Campanha Dom Inocêncio Engelke concedeu a licença, sendo indicada primeiramente a cidade de Campanha (sede da Diocese) e depois Três Pontas para abrigar o novo Carmelo. Dão-se início, na obediência ao desígnio de Deus, os preparativos para a nova fundação, pois como afirmou, nunca pensou em empreender uma fundação. Uma vez decidida, e ao saber que o novo Carmelo seria de São José, ela disse: “Para São José eu nada posso recusar porque Ele nunca me recusou nada”. Juntamente com sete Irmãs, aos 16 de julho de 1962 – solenidade de Nossa Senhora do Carmo e 400 anos da fundação do 1º. Carmelo São José, em Ávila, por Santa Teresa – as Irmãs chegaram em Três Pontas para começar a vida monástica no mosteiro novo. No início a comunidade habitou em casas provisórias, especialmente adaptadas à vida de clausura. Finalmente no dia 22 de janeiro de 1969, a comunidade mudou-se para a residência definitiva, construída nos moldes de um convento, adequado ao estilo de vida claustral. Por várias vezes foi Priora, sub-Priora e Mestra de Noviças.
O mosteiro tornou-se cada vez mais um ponto de referência para os fiéis da região. Muitos procuravam a Nossa Mãe para pedir conselhos, orientação espiritual e ajuda. Logo as pessoas, como sinal de veneração e afeto, começaram a chamá-la de Nossa Mãe. Possuía uma grande visão do futuro e desejo de viver a espiritualidade do Carmelo de modo vivo e atual. Empenhou-se em acompanhar com a comunidade o Concílio Vaticano II.
Com idade avançada, acostumada com a fragilidade e a pouca saúde, mas não ouvindo muito a natureza, lutou sempre para realizar todos os seus compromissos de Carmelita. Um número cada vez maior de pessoas a procurava para pedir um conselho e direção espiritual. Sua fraqueza ia aumentando, manifestando-se os primeiros sintomas da doença que a levou a um lento calvário de sofrimento até à morte.
Escreverá em suas memórias; “Como é bom estar nas mãos, no coração de nosso Deus! Como saboreio o seu amor, a sua ternura!” Se assim foi sua vida, assim foi também nos últimos dias de sua existência terrena. Estes foram de um longo e profundo silêncio… silêncio adorador…silêncio reparador…silêncio de ação de graças…
No momento solene do abraço do Pai, estavam presentes sacerdotes amigos e a comunidade , aguardando a consumação do sacrifício.
Assistida por toda a comunidade, ao redor daquele leito que se transformou num Santuário sagrado, finalmente adormeceu no Senhor, no dia 14 de novembro de 2005.
O corpo de Nossa Mãe foi exposto junto à grade do coro e às primeiras horas do dia, o povo veio prestar a última homenagem. Devido à grande multidão e numerosos sacerdotes presentes foi decidido celebrar o funeral na Igreja Matriz. O cortejo fúnebre assemelhava-se à procissão do enterro do Senhor morto na 6ª. Feira Santa.
Entrando o cortejo na Matriz de Nossa Senhora D’Ajuda, a urna carregada pelo clero, foi aplaudida pela multidão de fiéis que lotavam a Igreja.
Na verdade cada um que participou do cortejo sentia-se diante de uma pessoa amiga que partira para grande e aprazível viagem, mas deixando muito viva a sua lembrança. E cada um carregava a certeza de ser levado também no coração, por esta que tanto amava.
Viver é iluminar durante a vida e depois dela! O tempo foi passando e sua memória não foi esquecida.
Devido à fama de santidade e de graças alcançadas por sua intercessão, nosso Bispo Dom Diamantino, de acordo com a Comunidade do Carmelo São José, introduziu em Roma o pedido para abertura do Processo de Beatificação. O pedido foi aceito.
Para abrigar os restos mortais de Nossa Mãe foi construída uma Capelinha para que, à sombra do Carmelo, junto às suas filhas, ela continue intercedendo por todos aqueles que, nesse lugar de paz e oração, a invocam com confiança.
No dia 4 de março de 2012 realizou-se a abertura do Processo de Beatificação, cujo Postulador é o Dr. Paolo Vilotta.
O Processo encontra-se em pleno andamento.
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