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Doutores Palhaços cumprem missões de amor ao próximo em Três Pontas

O Hospital São Francisco de Assis, de Três Pontas, comemora 80 anos de fundação e um dos presentes que recebeu nos últimos tempos foi a chegada de uma equipe divertida, disposta a transformar momentos de angústia, de dor, de apreensão em alegria e esperança. São os Doutores Palhaços “Trêspontalhaços Augustos”, voluntários que usam parte das noites de terças-feiras para visitar crianças e adultos internados na Santa Casa.

Movido por diferenciada atenção ao próximo, Edilson Vitor da Silva está sempre criando caminhos de ajuda aos conterrâneos. Em parceria, promove há 14 anos o Futebol Solidário e basta o lançamento de campanha beneficente na cidade que lá está ele se colocando à disposição para auxiliar no que for preciso. Fundar o Doutores “da Alegria” em Três Pontas era desejo antigo, conta “Dimel”, avivado a cada reportagem que via pela TV. E quando ele se deparou com uma turma caracterizada atuando em hospital do vizinho município de Varginha se encantou, ficou ainda mais disposto e percebeu a chance. Falou com a coordenação e o incentivo foi a resposta.

“No dia 17 de março de 2018 criei um grupo no WhatsApp com pessoas que, imaginei, tivessem interesse em participar desse projeto. Eu tinha a vontade, mas era totalmente leigo sobre como fazer, tinha muitas dúvidas sobre como desempenhar aquele papel em harmonia com o ambiente hospitalar, em asilos, em casas que acolhem crianças e adolescentes, então, comecei a estudar”, recorda o fundador.

Além das pesquisas, “Dimel” correu em busca de capacitação. Em 24 de março, ele e os amigos participaram do primeiro workshop ministrado por Os Risoterapeutas de Varginha: mãos estendidas, mentes e corações abertos ao compartilhamento de informações, de vivências que se tornaram fundamentais para o início – e tomara – vida longa dos Trêspontalhaços.

Pouco depois chegou a Páscoa. Foi aí que a equipe encarou o desafio da prática. Poucos trespontanos estavam por dentro daquela novidade, ainda assim, o grupo conseguiu arrecadar chocolates pelas ruas e comércio da cidade, tornando mais doce a comemoração na Casa Lar. Pode-se dizer que os Doutores Palhaços de Três Pontas nasceram com credibilidade, no entanto, seguidas reuniões foram e ainda são necessárias para a organização dos trajes e maquiagem, definição de músicas e brincadeiras, para traçar metas. “Desde o início nossa intenção é evoluir e nos consolidar”.

Trêspontalhaços, Trêspontakids, Trêspontacães

A Vila São Vicente de Paulo foi a segunda instituição a abrir portas para o animado grupo. Um encontro que se repete a cada 15 dias, aos sábados, e que enche o lar dos idosos de contagiante euforia. Com as devidas permissões, há participação das crianças que integram um dos tripés do Trêspontalhaços, carinhosamente chamado Trêspontakids.

E tem mais. Recentemente, os Doutores Palhaços incrementaram a visita aos velhinhos, levando um cãozinho fofo e dócil. A recepção foi tão favorável que a turma já pensa em aumentar o número de componentes do Trêspontacães. “Nós sabemos que os animais também podem ajudar no tratamento de doenças, que são estimuladores, que melhoram o humor, que amenizam o sentimento de solidão, enfim, que trazem incontáveis benefícios. Na Vila Vicentina foi um sucesso. Os idosos demonstraram muito carinho pelo cão e o amor às crianças é algo que também nos toca profundamente”, revela “Dimel”.

Missão: espalhar amor e alegria

Logo em seguida, os jalecos brancos vestidos por gente com narizes vermelhos, com meias e sapatos coloridos, ostentando violão e pandeiro e, acima de tudo, com brilho nos olhos adentraram a Santa Casa. Antes, a equipe se submeteu a exames, colocou o cartão de vacinação em dia e preencheu documentos – tudo para garantir a segurança deles, dos pacientes e acompanhantes.

Cada visita é encarada pelos Trêspontalhaços como missão. O profissionalismo que os voluntários lapidam com o passar do tempo abre novas portas e a turma recebeu convites para participações especiais em ala oncológica de hospital especializado em Varginha e para um evento de Natal realizado no Estádio Ítalo Tomagnini – Campo do Vila, em Três Pontas.

Liberdade seguida de respeito e humildade

Atualmente, os Doutores Palhaços Trêspontalhaços são 30, equipe eclética de maioria católica, mas com presenças marcantes de evangélicos. Há uma médica, enfermeiros, empresários, músicos, profissionais do transporte, estudantes, donas de casa. Segundo “Dimel”, há espaço para todos e os membros têm liberdade de optar pela missão. Quem não se sente muito confortável em um hospital pode ir somente ao lar dos idosos ou vice-versa, por exemplo.

No entanto, o respeito à decisão alheia tem que ser unânime. “Em qualquer lugar prevalece a vontade do paciente, do morador, do acolhido. Se em determinado dia a pessoa recusar a nossa visita acatamos com serenidade e seguimos nossa jornada”. Os medos e outras restrições também são soberanos, portanto, as visitas se tornam muitas vezes personalizadas dentro do trabalho humanizado complementado com evangelização.

Corrente do bem

O fundador do Trêspontalhaços explica que o grupo não tem fins lucrativos e que os integrantes se desdobram, inclusive nos bastidores. Jalecos, maquiagem, acessórios se desgastam e é preciso repor para que as ‘apresentações’ sejam sempre impecáveis – desafio que cada um enfrenta à sua maneira.

Para amenizar os gastos, os Doutores Palhaços de Três Pontas espalham cofrinhos pelo comércio e, à medida que ganham a simpatia dos conterrâneos, veem aumentar os parceiros. Empresas e pessoas físicas doam lanches, balas, balões e ajudam com outras despesas, por exemplo, gasolina. É a corrente do bem que cresce possibilitando a sequência das alegres atividades. 

Satisfeito por tudo que o grupo tem conquistado, Edilson “Dimel” finaliza com uma frase que, garante, reflete a vivência dele e de seus amigos voluntários: “doe amor. O universo te devolve gratidão”.

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