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Cortes nobres enaltecem carne suína

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Mestre Açougueiro Daniel Furtado comenta que a versatilidade da carne suína favorece o dia a dia na cozinha e é aproveitada crescentemente também pela alta gastronomia

“Filé mignon, alcatra e picanha não são mais partes nobres apenas do boi. O investimento em cortes é uma das formas de agregar valor também à carne suína”. Daniel Furtado Barbosa descobriu essa possibilidade em 1994. Ao encontro das experiências do trespontano, na mesma época, Neura Bragagnolo, da Unicamp, divulgou pesquisa mostrando que a carne suína possui menos colesterol se comparada a boi e frango. O tempo passou e Daniel, que já desenvolvia cortes diferenciados, se tornou um dos mais respeitados especialistas do País.

daniel-furtado-barbosa-carne-corte-suina-4-copyConsultor da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) desde 2004, Daniel Furtado realiza trabalho de divulgação a nível nacional sobre as várias maneiras de se talhar e preparar a carne suína. Além de pernil, lombo, costela, linguiça, torresmo, pancetta é possível encontrar coxão-mole, coxão-duro, fraldinha, bisteca, maminha, carré, filezinho, moída, almôndega, mortadela, hambúrguer entre outras variações. “A carne suína possui sabor característico e agradável. Ela pode ser usada em pratos rápidos no dia a dia, por exemplo, grelhados, assados, refogados e panela e é bem recebida ainda na alta gastronomia. Cada vez mais os grandes chefs aderem ao uso e temos pratos gourmet lindíssimos, saborosíssimos, mas precisamos ensinar as pessoas, inclusive donas de casa, donos de padarias, lanchonetes, bares, restaurantes a lidar com a versatilidade e não ficar apenas nos cortes e feitios tradicionais”, enfatiza.

daniel-furtado-barbosa-carne-corte-suina-3-copyPropagando os cortes, o mestre açougueiro trespontano ajuda a quebrar mitos e preconceitos em relação à carne suína. Para o médico endocrinologista e livre-docente da Universidade de São Paulo (USP) Alfredo Halpern, os conceitos têm origem religiosas e culturais, mas não correspondem às verdades científicas. Menos colesterol, menos gordura, mais proteína do que cortes de aves ou bovinos e facilidade no processo digestivo estão entre os benefícios. Daniel Furtado complementa explicando que a carne de porco não transmite a cisticercose. 

Cenário

daniel-furtado-barbosa-carne-corte-suina-2-copyO Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína com 3% do mercado, atrás da China com 51%, União Europeia com 20% e Estados Unidos com 10%. Os principais estados responsáveis por grande parte da produção suína brasileira são Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais e o principal comprador é a Rússia. Daniel Furtado explica que o Brasil valoriza a boa nutrição, investindo na saúde animal, na diminuição da gordura e tornando eficiente o sistema de vigilância sanitária. “As granjas nacionais são de alta performance, de alta tecnologia, são autossustentáveis, produzem energia elétrica, biofertilizantes e não poluem o meio ambiente. Tudo isso valoriza o nosso produto”.

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O trespontano Daniel Furtado em um dos cursos que ministra por todo o Brasil

Graças a trabalhos semelhantes ao do mestre açougueiro trespontano o patamar de consumo per capta da carne suína in natura no Brasil saltou de 12 kg entre 2002-2004 para os atuais 15,5 kg. A meta é chegar a 18 kg/ano. Os maiores consumidores são países com maior índice de desenvolvimento e maior índice de informação. Na Europa a média per capta varia de 30 a 50 kg/ano.

“As campanhas de fomento do consumo são fundamentais porque temos suínos de grande qualidade, portanto, carnes saudáveis. Toda a cadeia produtiva e consumidora lucra”, finaliza Daniel.

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