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Trespontano está entre os melhores do mundo, mesmo “sem apoio da Prefeitura e de empresas” de sua terra natal

Arlene Brito

Mais de quatro mil pilotos se inscreveram no Campeonato Mundial de Bicicross 2017. Este ano, a disputa foi sediada pela cidade de Rock Hill, nos Estados Unidos – país onde a modalidade nasceu nos anos 70. Em etapa única, a competição reuniu de 25 a 29 de julho, grandes nomes do esporte e eles fizeram da edição a mais forte de todos os tempos, tanto em número de participantes nas pistas quanto em técnicas apresentadas pelos pilotos. A presença do público completou o espetáculo.

Conquistar vaga para um mundial, independente da modalidade, é uma grande conquista. Exige treino, dedicação, disciplina e pontuações em campeonatos classificatórios. Além do esforço do atleta, exige em todas as fases muitos gastos e nem sempre os esportistas contam com patrocinadores suficientes para suprir todas as necessidades, dentre elas, preparação física, hospedagem, transporte, alimentação, equipamentos, taxas de inscrições. Ainda assim, com o amor diferenciado pelo esporte correndo nas veias, muitos competidores seguem em busca de seus ideais e para complementar verbas contam com apoio de familiares, de amigos, promovem eventos, rifam algo aqui e ali, enfim, como diz o ditado “dão seus pulos”.

Gustavo Mesquita é um desses atletas que encaram grandes barreiras também fora das pistas. Ainda menino se apaixonou pelo Bicicross (BMX) e insistiu. Mas, a trajetória de muitos pódios, lamentavelmente, é acompanhada pela falta de apoio financeiro. Resumindo a mundiais, o trespontano foi Campeão na Dinamarca em 2011 e Vice-Campeão na Colômbia em 2016. Três Pontas, a cidade do interior de Minas, Brasil, foi anunciada duas vezes durante premiações acompanhadas por vários países.

Neste ano, Mesquita buscou vitória no Mundial dos Estados Unidos e, mais uma vez, contou com apoio da família e amigos. Segundo o piloto, ele pediu, mas não houve ajuda da Prefeitura de Três Pontas, nem mesmo de empresas da sua cidade natal. “Espero que esta situação mude, pois Três Pontas tem vários talentos na modalidade, mas não tem sequer uma pista em condições para realizar treinamento”, lamenta. Em busca de seus sonhos, há tempos Gustavo se mudou para o interior de São Paulo. Lá, em pistas adequadas, atingiu o alto nível como esportista e se capacitou a ponto de ser ovacionado como piloto de maior aposta do público até em campeonatos mundiais.

Em Rock Hill, Mesquita foi o único representante de Três Pontas e de todo o Sul das Minas Gerais.  Como atleta de ponta, desejou o título e brigou pelo troféu de ouro. Gustavo desejou também entrar para a final do Mundial entre os 8 melhores pilotos. E conseguiu. Integrou o “TOP 8” nas duas categorias que participou. E tem mais: foi o único brasileiro a fazer duas finais.

O desempenho

No primeiro dia de competição, categoria Aro 24, na grande final o trespontano estava quase lá, em 2º lugar. Pedalava firme para ultrapassar o adversário mais forte quando foi tocado por outro competidor. Terminou a prova na 6ª colocação.

Na Aro 20, Gustavo Mesquita começou bem, vencendo as classificatórias, oitavas de final, quartas de final e semifinal. “Entrei na grande final como favorito ao Bi- Campeonato. Seguia em 2º e na última curva fui com tudo para ultrapassar o 1º lugar”, recorda. O que o piloto não contava era com a queda que sofreria neste exato momento de avanço. “Fiquei em 8º lugar, mas batalhei pelo título com todas as minhas forças do começo ao fim”.

É… conquistar vaga para um mundial, independente da modalidade, é uma grande conquista. Ficar entre os 8 melhores pilotos de BMX do mundo é uma vitória, ainda mais para quem saiu de uma cidade que “não tem sequer uma pista em condições para realizar treinamento”.

De volta, direito para o pódio  

Dos Estados Unidos, Gustavo Mesquita voou para Sorocaba (SP) onde participou da 5ª etapa do Campeonato Paulista 2017. Ganhou todas as baterias e venceu mais uma consecutiva. O trespontano é líder em sua categoria no maior campeonato estadual de Bicicross do país.

(Fotos: cedidas por Gustavo Mesquita)

 

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