Clésio Andrade abre sindicância para apurar suposto desvio de verbas no SEST/SENAT
O ex-senador, ex-vice-governador de Minas e atual presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) anunciou na tarde de segunda-feira (22) o afastamento de 20 pessoas e abertura de sindicância para apurar suposto desvio de recursos na entidade.
Segundo a Divisão Especial de Repressão ao Crime Organizado (Deco), há indícios de que verba repassada pela União ao Serviço Social do Transporte (SEST) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT) para a realização de cursos profissionalizantes foi desviada. O esquema teria movimentado entre R$ 70 milhões e R$ 100 milhões.
Na última sexta-feira (19), quatro diretoras foram presas em Brasília sob suspeita de ligação com as fraudes. Elas teriam movimentado valores maiores do que os salários que recebiam. Entre as suspeitas está Maria Pantoja, ex-diretora executiva do SEST/SENAT.
Clésio Andrade afirmou, em nota, que a comissão de sindicância tem prazo de 90 dias para concluir a investigação focada no período de 2011 a 2013. Anunciou ainda que a servidora Lucimar Silva Lopes Coutinho assume a direção geral do SEST/SENAT e que vai presidir a comissão de sindicância.
O esquema
De acordo com a Polícia, a contratação de serviços de pequenas empresas por valores altos e o pagamento de gratificações elevadas a diretores das entidades eram os meios usados na fraude. Os serviços não foram prestados, confirma a Deco. O delgado-chefe da Divisão, Fábio Santos de Souza, divulgou também que grande parte dos recursos públicos foram usados na contratação de contribuintes individuais que pertenciam ao quadro ou a familiares das dirigentes presas.
O ex-senador, que é casado com a ex-prefeita de Três Pontas, Adriene Barbosa, presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, também é acusado, mas nega a participação nas irregularidades.
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