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Casos recentes de estupros em TP reforçam necessidade de união de esforços pelo fim da violência contra mulheres, alerta CMA

“É preciso atuar para prevenir não só o estupro e a cultura do estupro, mas todas as formas de violência contra a mulher, desnaturalizando papéis estereotipados de posse, submissão, desigualdade e inferioridade que perpetuam práticas violentas contra meninas, jovens e mulheres adultas a todo o tempo”. 

A convocação para a união de esforços pelo fim da violência contra as mulheres e meninas tem sido uma das principais bandeiras da Comissão da Mulher Advogada (CMA) da 55ª subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Três Pontas. O apelo foi novamente reforçado, diante de um fato que causou indignação na comunidade trespontana e que ganhou repercussão nacional. Em 29 de março, um rapaz, de 29 anos, foi preso no bairro Cidade Jardim, acusado de estuprar duas jovens e de tentar abusar de uma terceira, menor.

De acordo com a Polícia, os crimes ocorreram entre fevereiro e março deste ano contra mulheres com o seguinte perfil: jovens e negras. Elas tinham entre 17 e 27 anos e foram atraídas em conversas pelas redes sociais através de perfis falsos. Segundo as investigações, após convencer a vítima a ir ao seu encontro, o acusado se passava por suposto irmão que iria levá-las até o pretendente e, depois de estar com a vítima, cometia algum tipo de abuso sexual. A Polícia tratou o caso com prioridade e após duas semanas de investigações conseguiu um mandado de prisão preventiva contra o rapaz. 

“Os atos praticados não atingem apenas as vítimas, mas representam um ataque a todas as Mulheres de nosso país que lutam pela eliminação da violência de gênero e para que os Direitos Humanos sejam uma realidade”, analisa a CMA em Nota de Repúdio.

No documento, elaborado em apoio às vítimas e familiares, a CMA e a 55ª subseção da OAB defendem, entre outras medidas, a criação de mecanismos para evitar a divulgação de imagens íntimas em redes sociais e ainda a criação de obstáculos para que não ocorra a revitimização* das mulheres por parte de autoridades ou da sociedade.

Também na Nota de Repúdio foi destacada a importância de “não se calar” e comunicar às autoridades casos de violação contra mulheres, ligando para 180 ou 190.

A CMA da 55ª subseção da OAB Três Pontas está firmando parcerias “que possibilitarão a concretização de diversos projetos envolvendo segmentos da sociedade, com o objetivo de transformar sonhos em realidade e resgatar a dignidade humana, tendo sempre respeitados os direitos humanos”, conforme explica a presidente da Comissão, Dra. Eliana Braga.


A *revitimização é um fenômeno decorrente do sofrimento continuado ou repetido da vítima de um ato violento, após o encerramento deste, que pode ocorrer instantaneamente, dias, meses ou até anos depois. A revitimização acontece principalmente em uma esfera institucional, a exemplo, a vítima de abuso sexual que, após o sofrimento da violência própria do ato, é interrogada de maneira inescrupulosa de modo a lembrar, de maneira dolorosa, os momentos em que esteve sob o jugo do agressor. (Wikipédia).


(Página principal: Ilustrativa Net)

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