Educação, Cultura e Lazer

Folias de Reis de Três Pontas e autoridades se esforçam para manter vivas a fé e a tradição

Arlene Brito / Jessica Mesquita

No último sábado (12), a Praça Cônego Victor em Três Pontas, foi palco do 49º Encontro de Folias de Reis. Na oportunidade, onze grupos se apresentaram. Foram eles: Companhia de Reis Santa Clara, Sagrado Coração de Maria, Família Dias, Mãe Rainha, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora do Bonfim, Caminho de Belém, Imaculada Mãe dos Anjos e São Cristóvão. Também abrilhantaram o evento, a Companhia de Moçambique e a Congada Nossa Senhora do Rosário.

Cada grupo buscou manter a tradição da festa e, claro, celebrar a crença em torno do Nascimento do Menino Jesus. Por falar em costume, em conversa com o SintonizeAqui, o fundador e presidente da Companhia de Reis Caminho de Belém, João Marconi de Lima, afirma que infelizmente, com o passar dos anos, as Folias de Reis têm perdido sua força no município. “Me parece que as pessoas não têm a mesma fé”, enfatiza.

Participante da Folia de Reis há 23 anos, senhor Marconi conta que a fundação da Companhia Caminho de Belém partiu da necessidade da família mostrar a fé e devoção à Igreja Católica e a Jesus. “Tenho muita fé e quis seguir a tradição.”

Folia de Reis Tradição Religiosa

Parte dos integrantes da Folia de Reis Caminho de Belém, que percorre os bairros Cidade Jardim, Eucalipto, Santa Marta

Baixa de participantes

Ainda em conversa, Marconi recorda que antigamente, Três Pontas chegou a ter 30 Folias de Reis. Na última edição da celebração trespontana, apenas nove companhias se apresentaram. “Ao compararmos os números, é possível perceber uma queda significativa de grupos”. Cada um deles percorre uma região da cidade. A “Caminho de Belém”, por exemplo, peregrina pelos bairros Cidade Jardim, Eucalipto e Santa Marta. “Temos uma relação das casas que iremos visitar”, conta o presidente.

Para estimular vida longa à Companhia e, claro, ao costume, senhor Marconi e outros integrantes passam para as novas gerações devoção e ensinamentos a respeito desta cultura popular. A Folia de Reis da família Lima tem aproximadamente dez crianças. Com roupas coloridas e máscaras muito bem enfeitadas, elas cumprem papel dos marungos, também chamados “Bastião”, fazendo a festa por onde passam com suas danças típicas, tais como o famoso “corta jaca”. Também os marungos pedem licença ao dono da casa para iniciar a apresentação, declamam versos, fazem brincadeiras.

Incentivo

No ano passado, a Câmara de Vereadores de Três Pontas aprovou a Lei 4.224. Promulgada por Luis Carlos da Silva, então presidente da Casa Legislativa, a Lei possibilitou o tombamento das festas e celebrações da Folia de Reis desenvolvidas pela cidade. Assim, a Folia de Reis passou a ser reconhecida como um patrimônio imaterial do município.

A intenção é assegurar o repasse de recursos que apoiem os grupos na confecção das fardas, compra e manutenção dos instrumentos, enfim, é garantir o suporte para a peregrinação que acontece de 24 de dezembro a 6 de janeiro e para a participação no Encontro anual. 

Desta vez, cada grupo que cumpriu algumas determinações estipuladas para o Encontro receberá R$ 900 como auxílio financeiro, pagos através da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Turismo. Uma das exigências era ter no mínimo 25 integrantes, portanto, os esforços são válidos, já que somente as Companhias de Reis envolveram mais de 200 trespontanos. Os grupos foram agraciados com Troféu de Participação, entregue durante o evento, apresentado pelo radialista João Batista, e que levou grande público ao Centro da cidade

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